quinta-feira, 28 de abril de 2011

Carlos Drummond de Andrade


Recomeçar

Não importa onde você parou …
em que momento da vida você cansou…
o que importa é que sempre é possível e necessário “Recomeçar”.
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo…
é renovar as esperanças na vida e o mais importante…
acreditar em você de novo…
Sofreu muito nesse período? Foi aprendizado.
Chorou muito? Foi limpeza da alma.
Ficou com raiva das pessoas? Foi para perdoá-las um dia.
Tem tanta gente esperando apenas um sorriso seu para “chegar” perto de você.
Recomeçar…
hoje é um bom dia para começar novos desafios.
Onde você que chegar?
Ir alto… sonhe alto…
queira o melhor do melhor…
pensando assim trazemos pra nós aquilo que desejamos…
Se pensarmos pequeno coisas pequenas teremos ….
Já se desejarmos fortemente o melhor e principalmente lutarmos pelo melhor, o melhor vai se instalar em nossa vida.
“Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura.”

domingo, 24 de abril de 2011

O benefício da dúvida

 
Difícil é lidar com donos da verdade. Não há dúvida de que todos nós nos apoiamos em algumas certezas e temos opinião formada sobre determinados assuntos; é inevitável e necessário. Se somos, como creio que somos, seres culturais, vivemos num mundo que construímos a partir de nossas experiências e conhecimentos. Há aqueles que não chegam a formular claramente para si o que conhecem e sabem, mas há outros que, pelo contrário, têm opiniões formadas sobre tudo ou quase tudo. Até aí nada de mais; o problema é quando o cara se convence de que suas opiniões são as únicas verdadeiras e, portanto, incontestáveis. Se ele se defronta com outro imbuído da mesma certeza, arma-se um barraco.
De qualquer maneira, se se trata de um indivíduo qualquer que se julga dono da verdade, a coisa não vai além de algumas discussões acaloradas, que podem até chegar a ofensas pessoais. O problema se agrava quando o dono da verdade tem lábia, carisma e se considera salvador da pátria. Dependendo das circunstâncias, ele pode empolgar milhões de pessoas e se tornar, vamos dizer, um “fuhrer”.
As pessoas necessitam de verdades e, se surge alguém dizendo as verdades que elas querem ouvir, adotam-no como líder ou profeta e passam a pensar e agir conforme o que ele diga. Hitler foi um exemplo quase inacreditável de um líder carismático que levou uma nação inteira ao estado de hipnose e seus asseclas à prática de crimes estarrecedores.
A loucura torna-se lógica quando a verdade torna-se indiscutível. Foi o que ocorreu também durante a Inquisição: para salvar a alma do desgraçado, os sacerdotes exigiam que ele admitisse estar possuído pelo diabo; se não admitia, era torturado para confessar e, se confessava, era queimado na fogueira, pois só assim sua alma seria salva. Tudo muito lógico. E os inquisidores, donos da verdade, não duvidavam um só momento de que agiam conforme a vontade de Deus e faziam o bem ao torturar e matar.
Foi também em nome do bem — desta vez não do bem espiritual, mas do bem social — que os fanáticos seguidores de Pol Pot levaram à morte milhões de seus irmãos. Os comunistas do Khmer Vermelho haviam aprendido marxismo em Paris não sei com que professor que lhes ensinara o caminho para salvar o país: transferir a maior parte da população urbana para o campo. Detentores de tal verdade, ocuparam militarmente as cidades e obrigaram os moradores de determinados bairros a deixarem imediatamente suas casas e rumarem para o interior do país. Quem não obedeceu foi executado e os que obedeceram, ao chegarem ao campo, não tinham casa onde morar nem o que comer e, assim, morreram de inanição. Enquanto isso, Pol Pot e seus seguidores vibravam cheios de certeza revolucionária.
É inconcebível o que os homens podem fazer levados por uma convicção e, das convicções humanas, como se sabe, a mais poderosa é a fé em Deus, fale ele pela boca de Cristo, de Buda ou de Muhammad. Porque vivemos num mundo inventado por nós, vejo Deus como a mais extraordinária de nossas invenções. Sei, porém, que, para os que creem na sua existência, ele foi quem criou a tudo e a todos, estando fora de discussão tanto a sua existência quanto a sua infinita bondade e sapiência.
A convicção na existência de Deus foi a base sobre a qual se construiu a comunidade humana desde seus primórdios, a inspiração dos sentimentos e valores sem os quais a civilização teria sido inviável. Em todas as religiões, Deus significa amor, justiça, fraternidade, igualdade e salvação. Não obstante, pode o amor a Deus, a fé na sua palavra, como já se viu, nos empurrar para a intolerância e para o ódio.
Não é fácil crer fervorosamente numa religião e, ao mesmo tempo, ser tolerante com as demais. As circunstâncias históricas e sociais podem possibilitar o convívio entre pessoas de crenças diferentes, mas, numa situação como do Oriente Médio hoje, é difícil manter esse equilíbrio. Ali, para grande parte da população, o conflito político e militar ganhou o aspecto de uma guerra religiosa e, assim, para eles, o seu inimigo é também inimigo de seu Deus e a sua luta contra ele, sagrada. Não é justo dizer que todos pensam assim, mas essa visão inabalável pode ser facilmente manipulada com objetivos políticos.
Isso ajuda a entender por que algumas caricaturas — publicadas inicialmente num jornal dinamarquês e republicadas em outros jornais europeus — provocaram a fúria de milhares de muçulmanos que chegaram a pedir a cabeça do caricaturista. Se da parte dos manifestantes houve uma reação exagerada — que não aceita desculpas e toma a irreflexão de alguns jornalistas como a hostilidade de povos e governos europeus contra o islã—, da parte dos jornais e do caricaturista houve certa imprudência, tomada como insulto à crença de milhões de pessoas.
Mas não cansamos de nos espantar com a reação, às vezes sem limites, a que as pessoas são levadas por suas convicções. E isso me faz achar que um pouco de dúvida não faz mal a ninguém. Aos messias e seus seguidores, prefiro os homens tolerantes, para quem as verdades são provisórias, fruto mais do consenso que de certezas inquestionáveis.

Autor: Ferreira Gullar

on-line há  12 anos, 3 meses e 24 dias

sábado, 23 de abril de 2011

Dyonelio Machado

A nossa literatura possui um vasto número de obras e escritores que não temos acesso na escola, um deles é Dyonelio Machado que poucos se quer ouviram falar em seu nome e na sua participação no movimento modernista no Brasil. Muitos autores e artistas como ele deram grande contribuição a esse evento tão importante na história de nosso país e que pouco ouve-se falar, ficamos alheios a muitas coisas da história e da literatura entre outras áreas devido a nossa falta de pesquisa e incentivo a leitura, não é a toa que o nosso ensino é chamado de Ensino Fundamental, dá-se apenas o necessário, mas falar apenas não é o suficiente...pois consolidou-se o comodismo, a falta de interesse de muitos, restando poucos para resgatar  o tesouro escondido e transmitir, compartilhar.

Leia mais!

O Louco do Cati - Dyonélio Machado - resumo


O personagem “o louco do cati” é um sujeito misterioso, tratado como louco numa cidadezinha do interior gaúcho. As pessoas do lugar dão ao louco pequenos serviços de limpeza ou de jardinagem que pagam com comida ou hospedagem. Perambulando pela região num “borboleta” (caminhão que levava passageiros na carroceria), Nestor, um dos passageiros, acaba aos poucos, tornando-se protetor desse personagem. Nestor tem a intenção de ir para Florianópolis e acaba levando o louco como companhia, sem saber bem o porquê. O caminho é feito por estradas interrompidas, desvios, chuva, lama, barreiras. Próximo a Araranguá, Nestor é preso, sem muitas explicações pela polícia, que o identifica como um terrorista. Junto com Nestor é preso o louco, mais por estar em companhia de Nestor do que por qualquer outro motivo. Na prisão, Nestor sofre privações e torturas psicológicas. O louco, por sua vez, mostra-se plenamente adaptado ao lugar. A polícia recebe ordens superiores para transferir Nestor e seu companheiro louco para o Rio de Janeiro. A viagem é feita de navio. No Rio de Janeiro, depois de um penoso período na prisão, são soltos de modo tão estranho quanto o que foram presos. Nestor e seu amigo louco decidem ficar numa pensão. Em dado momento, Nestor resolve mandar o louco de volta para o interior do Rio Grande do Sul e para tal intento contará com a ajuda de pessoas amigas que vão para São Paulo e de lá, o louco seria entregue a outras pessoas que o levariam de volta para sua origem. O capitalista e sua mulher são os responsáveis pela primeira parte da viagem. Depois, o dr. Valério é que se encarrega de levar o louco até o seu destino final. O louco e o Dr. Valério pegam um ônibus de Florianópolis até Lajes. A estrada é cheia de precipícios, curvas perigosas, barrancos. Depois de Lajes, o louco já está em companhia de outras pessoas. Numa cidade do interior do Rio Grande do Sul, o louco fica como agregado de uma família que o destina a trabalhos simples de limpeza. Depois desse período, o louco aparece seguindo viagem de trem entre algumas cidades do interior gaúcho (Livramento, Santa Maria). Um certo “coronel” era o “tutor” do louco nesse trecho da viagem, porém, o percurso não é terminado, uma vez que a ferrovia está interrompida devido às fortes chuvas. O comandante Amilívio acaba por convencer o Coronel da possibilidade de se completar o percurso de avião, o que é feito. Porém, uma tempestade força o avião a um pouso de emergência num lugar chamado Santa Cecília, numa clareira na vegetação. O louco então desaparece na mata, o comandante e o coronel saem em busca do louco. O louco é encontrado junto às ruínas de um presídio político e revela-se o seu segredo: O louco do cati era assim chamado, pois, eventualmente tinha crises em que balbuciava a expressão “É o cati! É o cati!” e saía correndo, sem rumo. O “cati” é o cativeiro, a prisão em ruínas que o louco, pelo acaso do destino, reencontrara. Ali, diante dos tijolos que se esfarelam em sua mão, o louco recobra sua sanidade e passa a lembrar que fora preso político, que ali sofrera muitas torturas.
O período histórico retratado na obra é o período da ditadura de Getúlio Vargas. Na obra todos os percursos de viagens realizados pelo louco no seu itinerário sem destino, estão interrompidos por algum motivo: barreiras, pontes caídas, chuvas, estradas incompletas que não levam a lugar algum, etc... Metáfora do regime ditatorial. O personagem principal, e herói da obra, não tem outra fala do que a expressão repetitiva: “É o cati!”, palavra incompleta, que na sua incompletude revela a censura e à restrição à liberdade. O segundo personagem mais importante da obra, Nestor, ficamos sem saber de seu destino e se ele era mesmo um terrorista, um revolucionário, ou tudo não passara de um engano da polícia. Desse modo, Dyonélio Machado constrói um romance cuja arquitetura é a própria denúncia dos dramas psicológicos decorrentes da opressão ditatorial.




sábado, 16 de abril de 2011

Letramento

Toda experiência é importante, desde quando se pretende ser um profissional capacitado no mercado e que sabe que o mesmo vai lhe exigir competências e habilidades que requerem ao docente atualização diária.  Durante todo o seu trabalho o mesmo deverá estar preparado para vários tipos de situação, desde falta de recursos da instituição de ensino, a aplicação de novas metodologias que em sua maioria não são de imediato bem aceito em instituições de estrutura metodológica tradicional.
Sabe-se que é a escola a responsável pela aprendizagem das habilidades de leitura e de escrita, ou seja, a alfabetização e a partir dessa aprendizagem básica é necessário o desenvolvimento dessas habilidades e competências para as práticas sociais que envolvem a língua escrita, ou seja, o letramento.
O letramento é o uso efetivo das habilidades de uma “tecnologia”, que os alunos aprendem no processo de alfabetização, que é o domínio do sistema de escrita, seus mecanismos e posturas nas práticas sociais.
Segundo Marcuschi (2010), o letramento envolve as mais diversas práticas da escrita (nas suas variadas formas) na sociedade e pode ir desde uma apropriação mínima da escrita, tal como individuo que é analfabeto, mas letrado na medida em que identifica valores do dinheiro, identifica o ônibus que deve tomar, sabe distinguir as mercadorias pelas marcas e etc., mas não lê jornais regularmente nem escreve cartas.
O letramento não é o equivalente à aquisição da escrita. Existem letramentos sociais que surgem e se desenvolvem à margem da escola, não precisando por isso serem depreciados. Em cada contexto que é utilizado, a escrita, seja na escola, no trabalho ou com a família, as ênfases e os objetivos de seu uso são variados e diversos.
Letrado é o individuo que participa de forma significativa de eventos de letramento e não apenas aquele que faz um uso formal da escrita.
Na visão de Magda Soares (INAF 2001, apud NORONHA, M. E; SOARES, L. S., 2006, P. 221.), denomina-se letramento, que implica habilidades várias, tais como: capacidade de ler ou escrever para atingir diferentes objetivos – para informar ou informar-se, para interagir com outros, para imergir no imaginário, no estético, para ampliar conhecimento, para seduzir ou induzir, para divertir-se, para orientar-se, para apoio à memória, para catarse; habilidades de interpretar e produzir diferentes tipos e gêneros de textos; habilidades de orientar-se pelos protocolos de leitura que marcam o texto ou de lançar mãos desses protocolos, ao escrever; atitudes de inserção efetiva no mundo da escrita, tendo interesse e prazer em ler e escrever, sabendo utilizar a escrita para encontrar ou fornecer informações e conhecimentos, escrevendo ou lendo de forma diferenciada, segundo as circunstâncias, os objetivos, o interlocutor.
Porém, atualmente observa-se que novas didáticas de ensino e letramento vêm auxiliando professores no desafio de tornar seus alunos leitores autônomos e que sentem o prazer de compartilhar as experiências vividas pela prática da leitura e da escrita.
É durante a trajetória acadêmica que se obtém os conteúdos necessários para efetuar praticas eficazes de letramento, pois no ensino público o grau de letramento dos alunos está abaixo da média do que se espera em relação a uma boa escrita sem graves erros de português, pois o que se observa em são de aula são uma serie de erros ortográficos que poderiam ser evitados se fosse dado uma atenção especial a estes alunos desde o inicio de sua alfabetização onde é que surgem os primeiros sinais de dificuldade de aprendizagem, sendo em todo o país a região nordeste a que mais sofre com os altos índices de analfabetismo, denotando o quanto estão fracas determinadas metodologias de letramento nas escolas, completando com uma vida familiar sem base educacional que possa estar acompanhado este aluno em suas deficiências junto com os professores; e no final a mesma instituição aprova alunos completamente despreparados para as exigências do ensino superior e do mercado de trabalho.
Numa sociedade como a nossa, a escrita, enquanto manifestação formal dos diversos tipos de letramento é mais do que uma tecnologia.  Ela se tornou um bem social indispensável para enfrentar o dia-a-dia, seja nos centros urbanos ou na zona rural.

OS 10 MAIORES ERROS DE AUTORES INICIANTES