sexta-feira, 20 de maio de 2011

Inglês: A Disciplina Órfã do Ensino Público


O professor de inglês deveria ter, além de consciência política, bom domínio do idioma (oral e escrito) e sólida formação pedagógica com aprofundamento em lingüística aplicada. Em número reduzido, temos profissionais bem formados dentro do perfil ideal que acabamos de descrever.
É notável que ainda nos tempos atuais professores e as escolas não se libertaram de alguns mitos que existem no ensino do inglês, por exemplo, a escola secundária, especialmente a pública, que não é competente para ensinar línguas estrangeiras, pois na opinião de professores o ensino público é prejudicado pela ausência de incentivos do governo e prefeituras e torna-se obrigado a conviver com o preconceito.
Não sabem nem português, para que aprender inglês é o preconceito vigente contra as classes populares. Despreza-se o dialeto não-padrão e acredita-se que o ensino do inglês deve ser privilégio das elites, a autora Paiva (1997) em pesquisa comprova essa hipótese até na música popular, onde encontra, por exemplo, Carmen Miranda cantando "Alô, alô, alô boy /deixa essa mania de inglês/fica tão feio pra você moreno frajola/ que nunca freqüentou os bancos da escola".
O que ficou evidente que é no curso livre o lugar para se aprender língua estrangeira. O espaço do curso livre está reservado para a elite econômica, pois as classes populares não têm como financiar seus estudos que possuem preços além das condições financeiras das famílias de baixa renda do país.
Segundo Paiva (1997) o material didático é o grande responsável pelo insucesso das aulas, o professor vive tanto na obrigação de passar o conteúdo que cumprir o programa passa a ser sinônimo de esgotar o livro, a pressão do material didático é tão forte que são poucos os professores que criam materiais próprios.
Outro ponto a ser analisado é referente ao tratamento da disciplina que vária de acordo com a escola, tanto nas avaliações como na carga horária que é insuficiente para o aprendizado eficaz do inglês.
Em conseqüência de tais fatores é que os professores vivem conflitos no seu dia-a-dia ao ensinar a língua estrangeira como também o mesmo observa o descaso e o abandono em que ficam as escolas públicas, pois ensinam uma língua que os alunos não falam e que não têm oportunidade de praticar, tornando as aulas repetitivas, de difícil compreensão e evasiva que chega ao ponto de tanto serem pressionados a aprovarem os alunos ou o índice de evasão será ainda maior, pois ao mesmo tempo em que os professores acreditam que é importante aprender inglês, ele tem que conviver com o preconceito e a desvalorização da disciplina. Enfim, apenas detectar problemas não ajuda muito, é preciso pensar em propostas e projetos para amenizar a situação e minimizar as situações que estão afetando e incomodando os docentes e prejudicando a educação no país.

2 comentários:

  1. PAIVA, V.L.M.O. A identidade do professor de inglês. APLIEMGE:ensino e pesquisa. Uberlândia: APLIEMGE/FAPEMIG, n.1, 1997. p. 9-17

    Você esqueceu de colocar a autoria do texto ;)

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