terça-feira, 3 de maio de 2011

O nosso Pluri Português


 

Partimos do pensamento primário e norteador de que o fenômeno “variação lingüística” esteve presente em todo o momento da formação e estruturação de nossa língua, ao retornarmos à língua-mãe, o latim, percebemos que desde então, até os dias atuais, tivemos mudanças renovadoras da língua. Mas não existe uma língua única. Ter  preconceito com a maneira de falar de determinada pessoas devido a seu contexto social é um conceito equivocado que deve ser visto como tal.
A lingüística atual revela que uma língua não é homogenia e deve ser entendida justamente pelo que caracteriza o homem – a diversidade, a possibilidade de mudanças.
É preciso compreender que tais mudanças, como se pensava no início, não se encerram somente no tempo, mas também se manifestam no espaço, nas camadas sociais e nas representações estilísticas.
Em uma linguagem sistemática e coerente podem ocorrer formas diferentes de se efetuar a língua, uma vez que variam no espaço – variação diatópica –, no tempo – variação diacrônica – e no indivíduo.

Ao encontrarmos pessoas de regiões diferentes do Brasil, não é raro nos deparamos com expressões lingüísticas diferentes. Na fala de interioranos de São Paulo, por exemplo, o r é retroflexo, como em porta, celular; já na região Nordeste temos o uso das vogais (o) e (e) abertas, como em Rónaldo, sémente.
É inegável as diferenças que existem dentro de uma mesma comunidade de fala. A partir de um ponto qualquer vão se assinalando diferenças à medida que se avança no espaço geográfico. Da mesma forma se constata diferenças dentro de uma mesma área geográfica, resultantes das diferenças sociológicas tais como educação do indivíduo, sua profissão, grupos com os quais convive, enfim, sua identidade. Tudo isso pode interferir e operar como modelador à fala de alguém.

Comunidades diferentes vivenciam experiências diferentes e isto se reflete nos respectivos sistemas lingüísticos: léxico, morfológico e sintático. Um grupo acadêmico de uma universidade apresentará uma variedade lingüística bem diferente de um grupo de vendedores ambulantes do interior do Brasil. Cada qual usará o recurso lingüístico que lhe foi concebido em seu processo de aprendizagem para efetuar a comunicação.


Do exposto, concluímos que a língua não é um instrumento neutro, um contingente meio de comunicação entre os homens, mas principalmente a expressão de sua diferença.

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